VOCÊ QUER SER FELIZ? Então compreenda a dinâmica da vida.

Você às vezes se sente infeliz, mesmo sem que haja uma razão aparente? Já questionou o sentido da sua existência? Sente-se confuso diante dos acontecimentos a sua volta? Está em busca de um significado ou pretende ampliar a sua consciência? Pois bem, talvez esse texto possa ser um pouco extenso, porém, irá trazer muita reflexão e clareza. Desafie-se a ler até o final que eu acredito que valerá muito a pena.

TORNE-SE O SEU EU IMAGINÁRIO. (Eu Ideal X Eu Real)

Mais do que uma lição para os outros, sejamos uma lição para nós mesmos. Pois, na maioria das vezes, somos dignos do termo: “faça o que digo, mas não faça o que faço, porque nem sempre eu pratico o que falo”.

Afinal de contas, existe um abismo enorme entre o que dizemos e o que fazemos, uma vez que assimilar a teoria é bem mais fácil do que praticá-la. No entanto, não há nada de mal nisso, desde que busquemos alcançar o que teorizamos. Logo, se eu digo: “Não procrastine porque a vida é muito curta para ser desperdiçada”, o ideal é que eu passe a tirar melhor proveito do meu tempo, em consonância ao que acredito e pronuncio.

Entretanto, seria mais correto, se agíssemos de acordo com o que dizemos. Porém, a nossa estrutura psíquica é formada por um Eu Real e um Eu Ideal. Onde o Eu Ideal é aquilo que idealizamos Ser e Ter. Já o Eu Real é o que de fato nós Somos e Temos.

No campo do imaginário, idealizo-me “perfeito e completo”. Já no campo da realidade, percebo-me “imperfeito e incompleto”. Todavia, a partir do momento em que me movimento para alcançar o meu Eu Ideal, transporto gradativamente a minha realidade ATUAL para a DESEJADA.

Ainda assim, essa “realidade” desejada, não traz nada de real e nunca será consumada, pois, segundo Lacam: “Somos seres desejantes destinados a incompletude, e é isso que nos faz caminhar”. Quer dizer, em resumo, se estamos destinados a incompletude, é sinal que nossos desejos nunca serão plenamente alcançados, porque cada sonho realizado, abre espaço para outro, inclusive o do novo eu idealizado.

Por isso, que uma roupa na vitrine de uma loja, exerce sobre nós, maior fascínio, do que dentro do nosso guarda-roupas, pois, na vitrine, trata-se do objeto desejado, já no nosso armário, torna-se o objeto consumado que, em breve, abrirá espaço para um novo desejo. O de uma roupa nova, nesse caso.

Enfim, embora tal linha de pensamento nos pareça frustrante, por tornarmo-nos eternamente incompletos, inquietos e insaciáveis, traz certa lógica, pois se já tivéssemos tudo e nos sentíssemos completos, qual seria o sentido da vida? Logo, é esse sentimento de falta, que nos faz caminhar.

Trata-se da eterna busca por saciar um vazio que só será preenchido em partes e momentaneamente. Assim como a fome, que a cada nova refeição será saciada, mas dado certo espaço de tempo, volta a se manifestar.

Desse modo, veja como a nossa natureza é sábia, pois a mesma condição (FOME) que nos gera a sensação de vazio e falta, entrega-nos diversos prazeres momentâneos e variados, uma vez que, o constante esvaziamento do estômago, nos permite igualmente sentir inúmeros prazeres obtidos através das mais variadas experiências do paladar e do alívio imediato da sensação de fome.

Nesse sentido, podemos dizer que o prazer é antecedido por um desconforto ou desprazer (dor). Ou seja, por vezes, eu preciso estar vazio, para me preencher. Eu necessito da falta para valorizar a presença. Eu careço conhecer a escuridão para agradecer a luz.

É por isso, que vivemos num continuo antagonismo existencial, em que, quando estamos solteiros, queremos namorar, mas quando namoramos, queremos ficar solteiros. Ou quando trabalhamos, necessitamos de liberdade e férias, mas quando tiramos férias prolongadas, desejamos retornar a rotina e ao trabalho.

Portanto, trabalhar demais, ou ficar muito tempo parado, geram igualmente a mesma sensação de tédio e insatisfação, nos incitando a buscar o equilíbrio através da alternância. Isto é, tudo em demasia, cansa e perde seu valor. E por sua vez, o que é escasso, torna-se valorizado.

A exemplo, se você gosta e sempre deseja comer sushi, isso provavelmente ocorre por tratar-se de uma experiência rara de final de semana, pois se você comece sushi todo dia, com o tempo ele perderia o seu valor. Logo, o que me traz felicidade e prazer não é o simples ato de COMER SUSHI, mas sim, a expectativa e possibilidade de realizar o meu desejo por hora escasso e suprimido.

Posto isto, a felicidade e a tristeza se encaixam bem mais na expectativa do povir e de seus resultados positivos ou negativos. É dessa forma que devemos compreender a felicidade em nossas vidas, para que a busca por ela não se torne uma utopia, pois há quem trace como meta de vida – SER FELIZ. Porém, o que é ser feliz? Além de uma procura que nunca tem fim.

Afinal, a felicidade trata-se de um Estado ou de um Momento? Será uma condição do existir ou uma fantasia industrializada? Nós Somos ou Estamos felizes? Até porque, quando eu me concebo plenamente feliz, parece que não sobra mais espaço para a infelicidade. O Ser torna-se estático, o que não combina com uma vida cíclica, em que tudo gira. Uma existência cuja experiência e aprendizado envolvem erros e acertos, alegrias e tristezas, perdas e ganhos etc.

Desse modo, não há felicidade ou tristeza que perdure para sempre, uma vez que tudo passa, inclusive a nossa existência. Não posso ser 100% feliz, se vivo na eminência do que pode me deixar triste e fazer sofrer, cujo luto faz parte do meu processo evolutivo de aprendizagem.

Também não posso transferir a minha felicidade a algo ou alguém, pois a capacidade que uma pessoa tem de me fazer feliz com um elogio, é a mesma de me deixar triste segundos depois após uma crítica ou ofensa. Assim acontece também com algo que amo, em que a felicidade ou tristeza vai depender da intensidade e das circunstâncias.

A exemplo, sou um amante de pizzas, mas quando vou a um rodízio, vivencio sensações distintas. A experiência inicial é divina, ao sentir o cheiro e visualizar o queijo derretido escorrendo sobre meu prato quando o primeiro pedaço é servido. A primeira garfada é mágica, pois une a minha fome, com a vontade de comer. O MOMENTO é de extremo prazer e em questões de segundos sinto-me plenamente feliz e realizado.

O prato logo abre espaço para um novo pedaço, que embora ainda seja muito prazeroso, já não se compara ao primeiro. Meia hora depois, já vou na minha décima quinta fatia, mas a sensação agora é de empacho. Sinto-me pesado, arrependido e triste por ter comido tantos pedaços. Nessa hora lembro-me da frase de que devo ter o olho maior do que a barriga. “Desabotoo” a calça com dificuldade e sigo passando “mal” para casa, com a sensação de que engordei uns dez quilos.

Em pouco tempo chego à conclusão, de que não é a pizza que me faz feliz, mas sim, alguns MILÉSIMOS de SEGUNDOS em que se dá o encontro da minha fome com o que aprecio comer.

Posto isto, compreenda e se conscientize sobre a DINÂMICA da VIDA, para não sofrer com falsas expectativas. Entenda a FELICIDADE como um MOMENTO, que pode ser tão PEQUENO, que se você não estiver ATENTO, passa DESAPERCEBIDO.

Não transfira sua felicidade a nada ou ninguém, para não tornar-se suscetível das circunstâncias externas. Até porque, os momentos felizes só são percebidos por quem está atento e compreende que o prazer está contido nos detalhes e entrelinhas de uma experiência.

Enfim, compreenda a dinâmica da vida estando a cada instante mais consciente de si mesmo. Pois, segundo Carl Jung: “Não há despertar de consciência sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar a sua própria alma. Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a sua escuridão”.

Por isso não se engane, porque até a felicidade constante, torna-se enfadonha e desinteressante para o seu crescimento. Nesse sentido, seja feliz e triste a todo momento, porque o estático pressupõe o fim do seu tempo.

Tenhamos todos um dia iluminado e de muita reflexão.

Márcio Vaz
Palestrante, Psicólogo e Coach
www.marciovaz.net

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