Muito bem, esta concepção nos remete a diversas interpretações, mas hoje vamos refletir sobre a VIDA. Como você se sente, ativo ou passivo em relação a realização dos seus sonhos? Muito se fala em ser feliz, como algo que dê sentido a nossa existência. Para alguns, felicidade é poder realizar seus sonhos. Já para outros, trata-se de um estado de espírito que independe das nossas realizações. No entanto, em ambos os casos, parece-nos um ideal difícil de ser alcançado, uma vez que somos diariamente bombardeados por inúmeras atribulações.
Porém, o que de fato é felicidade para VOCÊ? O que determina ser ou não ser uma pessoa feliz? Será que se alcançarmos nossos objetivos seremos de fato realizados? E depois? Enfim, se felicidade é um ESTADO, será este constante ou temporário? Acredito que, o conceito de felicidade venha perdendo cada vez mais a sua subjetividade, pois passamos a sonhar os sonhos dos outros, em detrimento dos nossos. Encontramo-nos perdidos meio a tantas informações que rotulam felicidade a padrões questionáveis.
Na verdade, a felicidade não pode ser confundida com um sonho realizado, uma vez que ela não é FIM, mas sim, MEIO que se esgota a cada nova conquista. Até porque, a roupa na vitrine de uma loja, torna-se mais atraente do que dentro do nosso guarda-roupas. Pois, na vitrine, trata-se do objeto desejado, já no armário, de um desejo consumado. O mesmo raciocínio serve para aquisições de qualquer natureza ou conquistas de empregos, promoções, campeonatos etc. Afinal, ninguém vibra eternamente por uma mesma conquista. Cada sonho realizado, abre espaço para a elaboração de um novo sonho.
Logo, a meu ver, a felicidade plena é um horizonte inatingível, o que entendo como positivo, pois é a esperança de alcançar este desejo sem fim, que nos mantém vivos. Vivemos praticamente do que nos falta, porque se já tivéssemos tudo, a vida não teria mais sentido. Porém, devemos tomar cuidado para não tornar o mundo líquido, que nos escapa, onde tudo e todos são descartáveis. Nesse sentido, faz-se importante perceber, agradecer e dar o devido valor ao que se tem, para não corrermos o risco de só valorizar o que nos falta.
Por isso, sempre digo, agradeça mais pelo que você já conquistou, em vez de só reclamar, pedir e desejar o que lhe falta, pois quem muito se concentra no que não tem, vive em contato permanente com a escassez. Nesse sentido, foque no sentimento de gratidão para estar em constante sintonia com a abundância.
No entanto, compreenda que, nada na vida é perdido. Por isso simpatizo com a frase que diz: “Eu nunca perco. Ou eu ganho, ou aprendo”. Afinal, todo nível de insatisfação, traz seus prós e contras, soando como positivo o fato de estarmos sempre prontos e abertos para novos objetivos (desejos). Como aspectos negativos, vejo a objetivação de coisas e pessoas que acabam se tornando cada vez mais descartáveis e superficiais. Quanto a felicidade, penso que devemos desmistifica-la do conceito de constância. Caso contrário estaremos condenados ao eterno fracasso por não alcançarmos nosso Ideal imaginário.
Então, se a felicidade for realmente um ESTADO de Espírito, eu não SOU Feliz ou Infeliz o tempo todo. Eu apenas ESTOU feliz ou chateado, por determinado tempo e devido as circunstâncias. Nesse sentido, torna-se óbvio que: Se perco algo ou alguém, normalmente me entristeço. Quando conquisto, geralmente me alegro. Porém, não existe felicidade ou tristeza que perdure para sempre. Logo, se a sua fase atual é boa, aproveita, pois ela vai passar. O mesmo ocorre se você estiver passando por uma fase complicada, se acalme, porque ela também vai passar. Entretanto, a questão é: Como você vai encarar as circunstâncias, de forma Ativa ou Passiva?
Algumas pessoas são Passivas, compactuando com o hino: “Deixa a vida me levar”. Outras são Ativas, mas vivem o mesmo desconforto de não verem seus sonhos se realizarem. Ou seja, empregam suas ações na direção errada. A perguntar é: Até quando? Até quando vamos sonhar sem realizar os nossos sonhos? Até quando vamos acordar e nos arrastar ao longo do dia? Até quando vamos dar trabalho para levantar na segunda-feira e rezar para chegar logo a sexta-feira? Até quando o seu final de semana irá apenas separar a desgraça da semana passada, da desgraça da semana que está por vir?
Enfim, você ao menos sabe o que precisa mudar para sua vida melhorar? Será o lugar onde está ou o seu modo de pensar? Será que você deve optar por fazer o que ama ou aprender a amar o que faz? Acredito que, antes de qualquer mudança, devemos passar por um processo de autoconhecimento. Afinal, a vida é muito curta para ser desperdiçada ou para perdermos tempo com as escolhas erradas.
Faz-se necessário, elevarmos o nosso nível de consciência, pois muitas vezes somos seduzidos pela falsa ilusão de que a grama do vizinho é mais verde. Até porque, só conhecemos ou nos interessamos pelo que podemos ver. Ou seja, só enxergamos uma fatia do bolo e por isso desejamos a sua cereja. Porém, enquanto apreciamos o lindo “Palco” de alguém, esquecemos que existe um bastidor não revelado que, provavelmente, enfrenta outros ou os mesmos problemas que a gente. Visto que, não existe vida fácil.
Enfim, essa é a grande verdade da vida, cedo ou tarde, você irá passar por dificuldades. Mas lembre-se, apesar de imprevisível, o futuro tem uma chave chamada preparo. Logo, quem estiver mais preparado, enfrentará suas crises com maior facilidade.
Seja Ativo e prepare-se, pois mar calmo nunca fez bom marinheiro.
Márcio Vaz
Palestrante, Psicólogo e Coach
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