QUER UM ANO NOVO DIFERENTE? Reinvente-se…

REINVENTE-SE A TODO MOMENTO.

Era noite de réveillon na passagem de 1998 para 1999 e eu estava na UTI de um hospital. Nesse dia, o meu único DESEJO era sair de lá com VIDA, pois embora eu estivesse prostrado numa cama, ligado a aparelhos e sem movimentos no corpo do pescoço para baixo, eu não queria morrer, porque acreditava que ainda tinha muito a fazer. Fora que meu pai já dependia de mim e eu não queria abandoná-lo.

Naquela época eu havia invertido a lógica da natureza humana. Tendo em vista que todos nós lutamos para conquistar a nossa independência. Porém, no meu caso, aos 22 anos, após um acidente, eu me tornei completamente DEPENDENTE. Pois, agora tetraplégico, eu havia perdido a capacidade até do simples ato de me coçar.

E agora! O que esperar de um tetraplégico? O que imaginamos ao ouvir falar de uma pessoa em que o único movimento que lhe resta é o da cabeça? Sem dúvida, pensamos em um sujeito que vai depender eternamente dos outros, principalmente, do cuidado dos seus familiares. No entanto, se ao longo da jornada, as coisas ainda pudessem piorar e, as pessoas das quais você dependeria, estivessem também com a saúde comprometida. Um pai em quadro vegetativo após 32 anos de Mal de Parkinson, uma irmã que se depara com um câncer e uma mãe com doenças psicossomáticas provenientes da depressão. E como nada é ruim o suficiente, que não possa piorar, uma renda familiar insuficiente para sanar o alto custo de vida.

E AGORA! O QUE VOCÊ FARIA?

Pois bem, essa é a história da minha vida, que até poderia ser triste, mas, foi por conta do extremo caos, que eu tive que me reinventar. Foi só ao chegar no FUNDO do POÇO, que eu descobri, que dali não tinha mais para onde ir a não ser SUBIR. Desse modo, Foi MOTIVADO PELA DOR, que eu dei a volta por cima e, em vez de reclamar dos meus problemas, para eles encontrei soluções. Hoje tenho orgulho de poder CUIDAR da minha família.

Quem diria? Uma quebra de paradigma. De peso a esperança da família. Mas e aí? O que isso tem a ver com o Ano Novo? Tudo a ver, pois a nossa verdadeira “VIRADA”, não depende de DATA, mas sim, do PODER DA MENTE, que envolve as nossas crenças e ações. A capacidade de se reinventar, pode acontecer a qualquer momento. E não se trata de sorte ou azar, dificuldades ou oportunidades, mas, principalmente, do nosso modo de agir e pensar diante das adversidades. Até porque, se meus pais fossem saudáveis e ricos, corria o risco de eu me acomodar.

Nos meus atuais 19 anos de tetraplégico, 10 deles eu fiquei parado, em nome da tetraplegia, por não acreditar que uma pessoa que só mexesse a cabeça pudesse agregar valor no mercado de trabalho. Já de 9 anos para cá, EU mudei a minha vida completamente, quando, motivado pela dor, tive que ACORDAR para a vida e me reinventar. Nesse ínterim, me formei Psicólogo e tornei-me Palestrante, Terapeuta, Coach e Escritor. Agora, a questão é: O que mudou? Já que a condição de tetraplégico continua a mesma? Pois bem, o que mudou, foi a minha forma de Pensar e Agir para que as minhas Metas fossem Alcançadas.

Enfim, entra ano e sai ano, e os nossos desejos se renovam. São mais 365 dias de esperança, onde quem literalmente SÓ espera, nunca alcança. O problema é que renovamos nossos votos, mas permanecemos com nossas crenças. Isso porque, mudar a nossa forma de pensar e agir – dispensa energia demais. Logo, nada melhor do que procrastinar ou apelar para sorte (superstições).

Por isso, preferimos PULAR 7 ondas; ENGOLIR caroços de uvas; ENVIAR barca para Iemanjá; COLOCAR folhas de parreira atrás das orelhas ou um dólar na carteira; USAR peças intimas vermelhas, para atrair o amor; amarelas, o dinheiro; brancas, a paz; ou seja, RECORREMOS a AÇÕES frívolas e banais que representam muito mais, o nosso comodismo, pois o nosso organismo, tende a ser preguiçoso por querer armazenar energia e, MUDAR, gasta muita energia. Já psicologicamente falando, tememos as frustrações.

Porém, se ativarmos a nossa consciência, perceberemos que o mundo não muda, se nós não mudarmos. Fora que, a passagem de ano, trata-se apenas de uma formalidade, cuja finalidade é a de situar-nos no tempo e espaço, que rapidamente passa, sendo muitas vezes desperdiçado.

Afinal, você já parou para pensar quanto tempo tem de vida? Até quando vai fazer as mesmas coisas e esperar por resultados diferentes? Ou pretende continuar dando desculpas e arranjando justificativas que transferem a responsabilidade das suas frustrações para outrem? Quer seja a crise econômica, os políticos corruptos, os pais opressores, os chefes que lhe perseguem, os cônjuges e amigos que lhe criticam e desmotivam, ou será devido sua raça, identidade sexual, deficiência física, sobrepeso e baixa estatura, o que o torna vítima de preconceitos e desprovido da igualdade de oportunidades. Enfim, situações externas que estão fora do seu controle.

Será que, em outro cenário, você estaria realizado? Cabe aqui uma reflexão. Eu mesmo, fiquei por muito tempo acorrentado as minhas limitações, mas, descobri, que elas não eram físicas, e sim, psicológicas. Pois, quando decidi retornar à ativa, entreguei currículos e participei de entrevistas, todavia, a cada NÃO que recebia, justificava que era devido ao preconceito – por eu ser deficiente físico com tetraplegia. Porém, na realidade, eu não havia me tornado vítima das circunstâncias, mas sim, refém de mim mesmo, preso ao que acreditava ser a única verdade.

Até que um dia, eu parei para refletir e cheguei à seguinte conclusão: O que movimenta o Sistema Capitalista, são os resultados, logo, todo aquele que agregar valor e trouxer ganhos financeiros para uma empresa, estará empregado. Seja ele negro, branco ou pardo, baixo ou alto, pobre ou rico, gay ou hétero, gordo ou magro, cadeirante ou andante, enfim, o que definirá sua contratação ou ascensão, serão seus atributos internos, representados por seus Conhecimentos, Habilidades e Atitudes. Agora, se você for negro, gay, deficiente, pobre, gordo e anão, tudo ao mesmo tempo, vá se benzer, pois sua vida realmente não será fácil (risos).

A questão é: O quanto você está disposto a se capacitar? Comprometido a mudar a sua forma de agir e pensar? Entenda, mudança comportamental não é algo fácil. Por isso procrastinamos, nos auto sabotamos, apelamos para o místico, pois toda transformação requer TEMPO, disposição, enfrentamento dos medos, engajamento, comprometimento, persistência e sacrifícios. Para nós que vivemos em um mundo imediatista, submetidos a cobranças e auto cobranças, o fato de ter que esperar, nos gera crises de ansiedade e inquietação.

Deste modo, não basta somente acreditar e adotar ações transformadoras. Pois, concomitantemente, temos que trabalhar a nossa Inteligência Emocional para não desistir. Para realizarmos nossos sonhos, temos que Buscar o conhecimento necessário, os relacionamentos certos e as atitudes adequadas.

Acredito que a principal característica de uma pessoa de sucesso seja a Resiliência. Karl Jung já dizia: “Eu não sou o que me aconteceu. Eu SOU o que ESCOLHO me tornar”.

Espero com o meu texto de Ano Novo, contribuir para suas Escolhas em 2018.

Disponibilizo aqui, o link de um vídeo com uma palestra minha intitulada: “A Arte de Superar Desafios”. Caso você queira encontrar forças para mudar seus pensamentos e ações – eu indico fortemente que o assista: https://www.youtube.com/watch?v=_7NaeBtbTLY&t=629s

Márcio Vaz
Palestrante, Psicólogo e Coach
www.marciovaz.net

PS 1: Caso queira receber meus textos no seu e-mail, cadastre o seu e-mail no link a seguir: http://eepurl.com/cbLNpT

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