NOSSOS DIÁLOGOS INTERNOS – Domine Seus 2 Eus.

Todos nós temos 2 “Eus” dentro da gente. Uma voz interior que nos incentiva e outra que desmotiva. Uma acredita e ínsita o progresso, outra duvida e provoca o regresso. Caso você esteja achando estranho esta colocação, na incerteza se tem consigo a tal voz interna. Saiba que ela, é quem pode estar a se manifestar agora – Eu tenho essa voz? Não creio, trata-se de mais um texto besta do Márcio.

Pois bem, existem muitas formas desse diálogo interno acontecer e tudo vai depender do seu repertório e nível de autoconhecimento. Eu, particularmente, vivo um dilema, que é saber lidar com o meu Eu que é Coach e o meu Eu que é Psicólogo. Por isso, sempre antes de fechar um programa com um novo cliente, defino bem, se o que ele procura e precisa é de terapia ou processo de coaching. Porque, a depender da sua demanda e conjuntura, torna-se mais prudente não misturar.

Para que você possa entender melhor, eu vou exemplificar. Quando um cliente me procura para bater uma meta, o meu Eu que é Coach tem vontade de dizer, que ele vai alcançar, pois todos nós temos o poder de transformar a nossa realidade, basta acreditar e se dedicar para fazer acontecer. No entanto, nessa mesma hora, surge o Eu Psicólogo que diz: “Calma lá, não lhe repasse uma responsabilidade, que talvez seja maior do que ele possa suportar, desencadeando assim, ansiedade ou a sensação de incapacidade”. Afinal, ao generalizar a capacidade humana, eu posso estar menosprezando o seu potencial que ainda não o levou aonde quer chegar.

Entretanto, não posso garantir que isso vá acontecer, porque cada indivíduo, internaliza o que ouve, na sua forma subjetiva de ser. Logo, nunca saberemos quais são as consequências que nossas falas podem gerar. Porém, devemos sempre nos policiar e conter, pois quando somos acolhidos como referência, nossa fala pode tanto iniciar uma guerra, quanto consolidar uma paz. Entenda-se neste contexto, uma guerra ou paz interior.

Apesar do papel do Coach estar associado a motivação, vender possibilidades, será sempre melhor do que prometer resultados que não temos como garantir. Até porque, cada processo, envolve inúmeros fatores que vão além do querer, respeitando-se assim, as condições biopsicossociais de cada indivíduo. Lógico que, o meu Eu Coach é preparado para explorar os meios, mas o meu Eu Psicólogo não pode descuidar dos aspectos emocionais que levem ao adoecimento ou a experiências traumáticas.

Faz-se importante enfatizar, que a responsabilidade de quem atende, não está só relacionada a entrega de resultados, mas igualmente, o cuidado com os efeitos colaterais pós-traumáticos. Porque existem “profissionais” que, além de não ajudarem, prejudicam, pois destroem a última esperança que o indivíduo depositou no atendimento. Agora, não estou aqui, a questionar ou condenar possíveis erros durante o processo, afinal, somos falíveis e errar é humano. Apenas me refiro, a irresponsabilidade de vender expectativas que não somos capazes de dar garantias.

Nesse sentido, percebi que a melhor forma de minimizar equívocos, é quando eu consigo dialogar bem, comigo mesmo. Quando meus Eus entram em consenso é que alcanço o bom-senso de saber o que dizer. Acredite, existem palavras que ferem mais do que armas e podem marcar uma vida inteira. A todos nós, independentemente de qual for a sua profissão, cabe o compromisso de saber se expressar, porque vivemos em um mundo de relações baseadas nas comunicações. Logo, seja na sua vida pessoal, ou profissional, dialogue bem, pois uma boa comunicação tem o poder de mudar o universo de alguém.

E entenda, não basta ter boa intenção, pois já diz o ditado que “de boa intenção o inferno está lotado”. Ou seja, a maturidade com a fala, se dá em um processo longo de reflexão, questionamentos e busca de conhecimentos que nos levem ao autoconhecimento. Pois repito, antes de tudo, tenho que aprender a me comunicar bem, comigo mesmo. Porque para compreender o outro, tenho que me compreender primeiro. Para falar agradável, tenho que me agradar com o que falo. Não adianta reproduzir conceitos que ouço, mas não os internalizo, pois nossos Eus nunca irão dialogar e viveremos entre incessantes conflitos.

Segundo a fábula indígena dos “2 Lobos”, um jovem índio procurou o seu avô, porque se sentiu injustiçado e quis compartilhar sua raiva e desejo de vingança. Seu avô, o confidenciou que às vezes também se sentia assim, com sentimentos conflitantes, como se dois lobos lutassem dentro dele. Sendo que um era bom, dócil e perdoava. Já o outro era bravo, rancoroso e vingativo. Por fim, seu neto o perguntou qual dos dois lobos vencia? No que o cacique respondeu: “O que eu alimentar”.

Comigo não é diferente. Ter alimentado o meu Eu Coach fez com que eu acreditasse na minha capacidade e me movimentasse para alcançar meus sonhos. Por outro lado, alimentar o meu Eu Psicólogo me permitiu prosseguir em frente, sempre que as minhas sensações, emoções e sentimentos quiseram vacilar – desequilibrar. Hoje percebo que o equilíbrio se dá em saber alimentar o LOBO correto na hora certa. Isto é, existe a hora de morder e a hora de lamber.

E você, tem distinguido e dialogado bem com seus Eus?

Márcio Vaz
Palestrante, Psicólogo e Coach
www.marciovaz.net

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